quarta-feira, 14 de maio de 2008

O Reino (Kingdom, The, 2007)

Por Guillermo Lagreca
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Ao me deparar com a capa deste filme na prateleira da locadora, com três militares fortemente armados, helicópteros e um prédio explodindo, confesso que meus olhos brilharam. Pra completar, os três militares são Jamie Foxx (dispensa apresentações, mas em todo caso, assista a Ray, que lhe garantiu o Oscar de melhor ator de 2004), Chris Cooper (vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante de 2002 por Adaptação) e a belíssima Jennifer Garner (Juno). Pronto, me apeteceu.
Começo a assistir com um pouco de receio. Parecia mais um daqueles filmes em que os americanos são bons, os árabes são maus e blá blá blá. Por sorte me enganei.
O filme conta a história de um grupo de agentes do FBI que desembarca na Arábia Saudita na tentativa de participar das investigações de um misterioso atentado que tirou a vida de outro agente. E logo no começo já mostra que não é uma história boba, com as manobras que a personagem de Jammie Foxx, o agente Ronald Fleury, precisa fazer para conseguir driblar o jogo político e conseguir por os pés no território saudita.
A partir daí, esse suspense transforma-se num belo filme de ação, capaz de deixar qualquer um torcendo na ponta da poltrona. Além disso, alguns ótimos diálogos ao longo da trama mostram que realmente não se trata da máxima citada acima, mas sim de uma história tensa e densa, com dois lados de uma mesma moeda.
Com muitos tiros, corpos por todos os lados e ainda uma interessante percepção das diferenças culturais existentes entre árabes e americanos, mostradas nas ações das personagens, temos um prato cheio para diversão em uma tarde chuvosa. E o final do filme é de deixar o espectador com o queixo caído, como aconteceu com este que vos fala.
Ah, estava quase esquecendo. A direção fica por conta de Peter Berg, que também é ator. E temos ainda Michael Mann como produtor.
Bom divertimento, caro leitor!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Três Vezes Amor (Definitely, Maybe, 2008)

Por Roberto Camargo
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Juro de pés juntos que a minha intenção inicial era ir ao cinema num feriado de 1º de maio unicamente para assistir ao blockbuster Homem de Ferro. Mas por pura falta de sensatez fui às cegas sem comprar antecipadamente minha entrada, sabendo que a sala estaria lotada por ser quase uma estréia num feriado chuvoso. Dito e feito, lá estava eu na frente do guichê entre os dois filmes que ainda não tinham se esgotado as entradas: um romance e algo com o Colin Farrel.
Bem, admito que sinto uma pequena atração por comédias românticas, talvez por representarem exatamente aquilo que não acontece na vida real. Por terem, quase sempre, um final feliz. Utopias desenfreadas à parte, minha escolha foi Três vezes amor, com direção e roteiro de Adam Brooks, roteirista do segundo Bridget Jones.
A história começa com o enunciado que cerca de 50% dos casamentos americanos terminam em divórcio. Will Hayes (Ryan Reynolds, ator canadense que você deve se lembrar da refilmagem de Horror em Amityville) está dentro dessa porcentagem. O jovem se encontra em processo de divórcio e tem uma filha, Maya (Abigail Breslin, a talentosa menina indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Pequena Miss Sunshine), de aproximadamente 10 anos.
Após uma aula de educação sexual, a menina começa a questionar o pai sobre sua história de amor com a mãe, além de gritar por onde passa a palavra pênis... Ademais, o protagonista resolve contar a história, mudando os nomes de todas as mulheres que apareceriam no conto. No caso, as três principais mulheres que passaram por sua vida. O desafio foi lançado à menina: descobrir qual dessas seria sua mãe. E o roteiro foi desenhado.
Não é um primor de criatividade. Mas os pequenos elementos fazem dessa película uma boa pedida, principalmente para os jovens casais que ainda vivem uma relação baseada em saliva e açúcar. Abigail tem certa química com Reynolds. Aliás, esse papel parece ter sido feito para o ator, que já passou da casa dos 30. Destaque também para o trio de moças que disputam o coração do herói.
Elizabeth Banks (fez Um Virgem de 40 anos, é a mulher da cena antológica do xaveco repetido) interpreta Emily, amor de faculdade de Will. Isla Fisher (a irmã louca de Rachel McAdams em Penetras Bons de Bico) faz April, uma jovem que trabalha numa copiadora na campanha do presidente Clinton. A mais consagrada das três, e que dispensa apresentações, é Rachel Weisz que encarna Summer, jornalista amiga de Emily.
O enredo tem suas reviravoltas, mas o clímax, que seria a descoberta de quem seria a mãe, perde em intensidade para o desfecho. Muitos dos espectadores podem sair chateados da poltrona do cinema. Talvez seja filme para ser alugado em casa. Ou não. Basta que você vá preparado para assistir a Três vezes amor, não Homem de Ferro.