segunda-feira, 30 de junho de 2008

A Lenda de Beowulf (Beowulf, 2007)

Por Bruno Pongas
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Me assustei logo de cara quando fui assistir 'A Lenda de Beowulf'. Estava lá, sentado num banco junto com minha namorada. Ao nosso lado, uma simpática senhora. Quando ela percebeu que conversávamos sobre filme/faculdade, se intrometeu gentilmente no assunto. Nos perguntou que filme assistiríamos e achou legal o fato de sermos 'Jornalistas' porque, afinal, ela também era uma das nossas. Começou a conversar conosco, disse que era uma crítica de cinema e que já havia visto milhões de filmes... blá, blá, blá. Onde eu quero chegar? Enrolei tudo isso para dizer que ela falou muito mal do filme em questão, ao ponto de quase fazer eu me arrepender por ter comprado o ingresso.
Ainda bem que não segui os conselhos da velhinha, pois de ruim, 'A Lenda de Beowulf' não tem nada! O filme é baseado no poema épico anglo-saxônico 'Beowulf', e toda a fantasia, dirigida por Robert Zemeckis (Forrest Gump e O Náufrago), rende um bom entretenimento.
Zemeckis, conhecido por inovar em seus filmes (Uma Cilada Para Roger Rabbit e O Expresso Polar), usa em Beowulf uma técnica interessante chamada 'Performance Capture', que consiste em capturar a ação dos atores nos míminos detalhes para depois transpô-los em animação. É inegável que a inovação deixa o filme interessante e curioso mas, tenho certeza que o produto final seria ainda melhor se a tal técnica não fosse empregada - afinal, quem não prefere ver uma Angelina Jolie real à uma Jolie 'computadorizada'?
Repleto de imagens bonitas, 'A Lenda de Beowulf' é um filme que convence. Passa longe de ser excelente, todavia, é diversão garantida para quem gosta, e até pra quem não gosta do gênero. Li outra crítica por aí dizendo que Beowulf (Ray Winstone) não era um 'herói' carismático, e não se identificava nem um pouco com o público ao ponto de fazer o espectador torcer ou ficar nervoso com o seu destino. Particularmente, eu discordo completamente. Além de achar que Winstone teve uma bela atuação como Beowulf, me identifiquei sim com a personagem vivida por ele. Tudo bem, ele é rústico, troglodita e mal educado, mas no final das contas até que acaba sendo simpático.
Só para situar um pouco o leitor, Grendel é um demônio que aterroriza a pequena cidade reinada por Hrothgar (Anthony Hopkins). Com isso, o rei estipula uma recompensa para quem o matar: é aí que surge Beowulf e sua trupe. Eles conseguem matar o demônio mas, enfurecida, a mãe de Grendel (Angelina Jolie) surge para tentar vingança. A trama ainda conta com algumas revelações surpreendentes, que me fazem duvidar se o filme que a senhora crítica viu foi o mesmo que eu vi e adorei.
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Minha Nota: 7.8

Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, 2007)

Por Bruno Pongas
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O que você faria se encontrasse uma maleta cheia de dinheiro no meio do deserto? É aí que começa uma caçada intensa pelo meio-oeste americano, tônica de Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country For Old Men).
A trama, dirigida pelos irmãos Ethan e Joel Coen, não chega a ser uma obra prima do cinema mas, sem dúvida nenhuma, é um grande filme.
Com um enredo muito bem trabalhado, a história começa com uma pequena narrativa feita por Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones), xerife local, contando um pouco sobre como era a vida no passado. Com foco na violência, Bell diz que, antigamente, um policial sequer precisava andar armado. Mas o filme mostra um olhar um tanto quanto apocalíptico a respeito da violência, pois o xerife se torna uma pessoa desiludida com as mudanças mostradas pelo desenrolar da trama.
Após a pequena introdução, são apresentados os dois personagens principais. O 'mocinho' é o caçador Llewelyn Moss (Josh Brolin) e o vilão, personagem muito bem trabalhado por sinal, é Anton Chigurh (Javier Barden). É inevitável dizer que os dois irão se cruzar em algum momento da história, só que isso ainda demora um pouco para acontecer. Moss, como caçador de ofício, segue sua rotina até que, em um belo dia, encontra carros e muitas pessoas mortas em meio ao deserto. Ao se aproximar, se depara com uma grande quantidade de drogas em um dos carros (provavelmente as mortes foram fruto de uma negociação que falhou). Mais adiante, ele encontra outro homem morto, esse com uma maleta cheia de dinheiro. O caçador, pouco bobo, não pensa duas vezes e leva a grana para casa, mesmo tendo a consciência de que viriam atrás dele. Ao mesmo tempo, o psicótico Chigurh, que assusta apenas pelo olhar e pela cara de maluco, é enviado para recuperar o dinheiro. É incrível como Barden foi transformado num personagem altamente assustador - com certeza ficará marcado com um dos maiores vilões da história da telona.
Repleto de mortes, sangue e com diálogos excelentemente trabalhados (como exemplo, a cena onde Chigurh faz seu joguinho de cara ou coroa), Onde os Fracos Não Têm Vez é uma grande trama, com certeza merecedora do Oscar de melhor filme. A película fica marcada por ótimas atuações; do caçador, interpretado por Josh Brolin, e principalmente pela do psicopata interpretado por Javier Barden. O filme também chama a atenção por nos trazer uma visão pessimista a respeito da violência e dos tempos que vivemos hoje em dia.
Premiações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Barden), Melhor Roteiro Adaptado. Indicado ainda à Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som. Ganhou também dois Globos de Ouro nas categorias Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro.
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Minha Nota: 8.5

domingo, 29 de junho de 2008

Sex and the City (Sex and the City, 2008)

Por Alessandra Marcondes

Antes de mais nada, um aviso: os trechos a seguir foram escritos por uma fã ensandecida da série (que ficou, aliás, ligeiramente nervosa com a quantidade de críticas negativas que leu por aí).

O título 'Sex and the City' em rosa piscante sugere que o espectador vá encontrar algo parecido com um pornô feminino, de mulheres vivendo aventuras sórdidas e picantes. O que os leigos não sabem é que a protagonista Carrie (Sarah Jessica Parker) desmente esse rótulo ao longo de 6 temporadas quando diz que sua coluna de jornal trata sobre AMOR, e sexo é apenas um (importante) complemento. Por mais que o longa dedique seus primeiros minutos a ambientar os não-fãs - que foram parar na sessão porque o ingresso para Homem de Ferro estava esgotado, ou porque a namorada obrigou -, é impossível entender o que o filme pretende sem acompanhar o seriado. Aqui fica então a minha dica: se não conhece, não assista, e páre de falar mal por aí se não sabe nem do que está falando! {Quem disse que jornalismo é imparcial?!}.
O filme se consagrou como uma continuação feliz, pois o final da série deixa o espectador querendo muuuito mais: a história de Carrie e Big (Chris Noth) finalmente dá certo, mesmo, jura? Qual é a cara da criança chinesa que Charlotte (Kristin Davis) adota? Miranda (Cynthia Nixon) e Samantha (Kim Cattrall) deixaram de lado sua imagem de mulheres independentes para ceder aos relacionamentos estáveis? É fato que o ritmo do longa é bastante diferente das primeiras temporadas vistas na TV, mas ninguém gostaria de assistir, por dez anos, a história de mulheres imutáveis que terminam a saga do mesmo jeito que começaram.
Assim como na vida real, na casa dos 40/50 as personagens diminuem o ritmo das relações sem compromisso para finalmente encontrarem o amor. Tá, ficou conto de fadas demais para o meu gosto. Os obstáculos dramáticos, que estão bem próximos da vida da maioria das mulheres reais (que se indentificam com a série exatamente por seu caráter verdade-nua-e-crua) não deixam que o filme tenha um final feliz tão facilmente.
De qualquer forma, tudo é uma delícia: me senti encontrando velhas amigas das quais não tinha notícias faz tempo. A trilha sonora está aprovada por completo, especialmente as variantes para a famosa música de abertura dos episódios. O figurino, mesmo criticado pela estilista mal-agradecida Vivienne Westwood (foi a mais homenageada na trama), salta aos olhos de qualquer mocinha com uma queda para a moda. Como se não bastasse, Jennifer Hudson (vencedora do Oscar por Dreamgirls) incrementa o elenco, interpretando Louise, assistente de Carrie.
Permanece a sensibilidade tão bem elaborada, o humor cínico, a força feminina... e a impressão de estar assistindo de uma só vez uma temporada inteira e totalmente nova (o filme tem quase duas horas e meia de duração).
Para quem nos acha um bando de mulherzinhas fúteis, aaaah, meu bem: você não sabe como é difícil ser mulher, muito menos o prazer que sentimos na combinação roupas-amigas-namorado, sem ter vergonha de ser feliz.
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Dizem que nada dura pra sempre
Sonhos mudam, tendências vêm e vão...
Mas as amizades nunca saem de moda.

Wall-E (WALL·E, 2008)

Por Bruno Pongas
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A Pixar, vencedora de três Oscars de melhor animação (Procurando Nemo 2004, Os Incríveis 2005 e Ratatouille 2007), estreou na última sexta-feira a sua mais nova aventura. Trata-se do divertido e inteligente Wall-E, dirigido por Andrew Stanton.
Como não assisti nenhuma das animações anteriores, fica difícil dizer se o novo filme da Pixar é melhor ou não do que elas. Entretanto, pelo que vi hoje no cinema, posso dizer com todas as letras que é um excelente filme e uma ótima diversão. Um produto muito inteligente, dirigido tanto para o público infantil quanto para os adultos, já que aborda um tema interessante, que vai além de um desenhinho bonitinho e fofo. Por trás da superprodução há algo a ser passado.
A história passa-se em uma era distante, mais especificamente no ano de 2700. Lá, o mundo foi soterrado pelo lixo produzido pela humanidade. Sem alternativas para o caos, a única solução foi promover um cruzeiro intergalático de luxo em uma estação espacial. Enquanto os humanos passavam suas 'férias' no cruzeiro sendo otimamente cuidados por robôs-faz-tudo, uma tropa de outros robôs, chamados de Wall-E (Waste Allocation Load Lifters - Earth Class, Levantadores de Cargas Desnecessárias da Terra, em português), são encarregados de dar um trato no planeta. Todavia, os simpáticos robôzinhos não conseguem dar conta da tarefa, e aos poucos vão pifando. O único que sobra, cria paulatinamente sua própria personalidade e começa a viver sozinho pelo mundo tentando em vão dar um jeito nele. Só que, o rumo da história muda quando Wall-E conhece Eve, uma robô mais evoluida que é lançada no planeta de tempos em tempos a procura de indícios de que se possa voltar a ter vida na Terra. O resto eu não vou contar para não estragar o prazer de quem pretende ver. A única coisa que eu asseguro é que vale muito a pena sentar numa sala de cinema, mesmo sendo num Sábado à noite, para prestigiar a animação.
A parte ruim fica por conta de que somente em alguns (poucos) cinemas a cópia exibida é a legendada. Não que a dublagem seja ruim ou estrague o filme, até porque a animação tem cerca de apenas 15 minutos de diálogo, mas convenhamos que assistir o título original é bem mais legal.
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Minha Nota: 9.0

terça-feira, 24 de junho de 2008

Eu Sou a Lenda (I Am Legend, 2007)

Por Roberto Camargo

Will Smith é o maior astro do mundo. Acompanho seu trabalho desde a série The Fresh Prince of Bel-Air, Um Maluco no Pedaço aqui no Brasil. Crescer junto com sua meteórica carreira foi um privilégio, uma vez que pude acompanhar grandes sucessos, como Independence Day, a série Bad Boys e Inimigo do Estado. Apesar de enfileirar ótimos títulos, Eu sou a Lenda não está na lista das melhores películas do ator.
O enredo nos traz uma Nova York modificada, uma selva de asfalto, prédios e plantas. Esse retrato passa-se três anos após a descoberta da cura do câncer. A suposta cura acabou virando uma epidemia que matou a grande maioria da humanidade. Os poucos que sobreviveram sofreram algum tipo de mutação que faz com que tenham aversão ao sol, sintam gosto pela carne humana e ganhem mais força e agilidade. Ou seja, para nossa civilização ocidental, transformaram-se em vampiros (embora tenham aparência de zumbis).
Robert Neville (Will Smith) é imune a esse vírus e incorpora o papel do último homem na face da terra. No meio da história podemos ver flashes sobre sua vida logo antes do surto. Instantes antes de isolarem a cidade. Pouco antes de se separar de sua família, para nunca mais vê-los.
A refilmagem do clássico dirigida por Francis Lawrence tropeça em sua proposta de mostrar a solidão do protagonista, transformando essa solidão em um marasmo para o espectador. Não posso tirar seus méritos por mostrar precisamente a loucura de um solitário ou a inércia de um mundo sem pessoas para interagirem, mas um filme inteiro no formato de monólogo não é o que se pode chamar de atraente. Exceção para a interpretação de Smith, que consegue, só em cena, arrancar risos ou causar drama a quem o está assistindo.
Destaque também para a “interpretação” da fiel escudeira de Neville, a cadela Sam. Uma curiosidade para nós brasileiros é a participação da atriz verde e amarela Alice Braga (Cidade de Deus, Cidade Baixa). O que ela faz ou deixa de fazer, quem é ou o que é, isso não me convém contar. Fica aqui o convite para você assistir.
Mas se quiser entretenimento bom de verdade, recomendo-lhes Hancock, que sairá agora em julho e conta também com todo o talento de Will, além do roteiro de super-herói mais original de todos os tempos.

sábado, 21 de junho de 2008

O Melhor Amigo da Noiva (Made of Honor, 2008)

Por Roberto Camargo
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O que você faria se um moleque fantasiado de Bill Clinton invadisse seu quarto, deitasse na sua cama e te chamasse de Monica? Você se tornaria o melhor amigo dele! Esse é o início da ótima comédia romântica O Melhor Amigo da Noiva.A história continua 10 anos depois do inusitado primeiro encontro descrito acima. Tom (Patrick Dempsey) é um desses solteirões convictos que criam até regras como não repetir a mesma mulher por duas noites seguidas. Hannah (Michelle Monaghan) é sua melhor amiga, moça linda, engraçada e companheira que leva a palavra relacionamento muito mais a sério que Tom.Os dois levam uma vida perfeita juntos. Saem sempre que têm algum tempo livre, dividem e adivinham a sobremesa um do outro e são confidentes. Talvez essa seja a concepção de vida perfeita para Tom, uma vez que tem cérebro com a amiga e peitos com as outras que coleciona por noite. Não é ideal para Hannah, que pensa em se casar por estar na beira dos 30.O quadro muda quando ela viaja por 6 semanas para a Escócia e ele fica órfão de sua melhor amiga. O protagonista começa a perceber o quanto foi cego durante os últimos 10 anos e descobre que está, ou melhor, é apaixonado pela moça. A comédia nasce aqui.Quando volta, a amiga traz na bagagem um exemplar da nobreza escocesa. E um anel de noivado. As notícias ruins não param de chegar, culminando na de que o casamento do recém-formado casal está marcado para poucas semanas. Mas ainda havia tempo para a pior notícia de todas. Tom ainda seria convidado para ser a “primeira madrinha” de Hannah... A partir daí, o plano do bonitão foi tentar convencê-la de que um foi feito para o outro como madrinha, já que não sairia do lado dela desempenhando essa função.Há boas piadas espalhadas pelo filme, como a humilhação masculina sofrida por Dempsey no vestiário pelo concorrente ou os esbarrões no garçom ou a prova de lingerie de Monaghan. Nota também para a direção de Paul Weiland e participação especial de Sydney Pollack, como o pai de Tom.O Melhor Amigo da Noiva desponta como uma das melhores comédias românticas do ano. Sua fórmula é manjada, mas o ritmo da narrativa faz com que você acabe torcendo pelo sucesso de Dempsey. Embora você saiba o final desde a primeira cena, vale a pena apostar nesse conto de fadas moderno, que nos mostra que o amor ainda existe e que pode estar bem ao seu lado.

P2 - Sem Saída (P2, 2007)

Por Bruno Pongas
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P2 - Sem Saída é mais um dos filmes que eu já assisti faz um bom tempo. Tinha ido ao cinema ver um outro filme que não me recordo muito bem agora, e passou o trailler do P2. Achei empolgante e assustador ao mesmo tempo; foi o suficiente para fazer eu voltar ao cinema na semana seguinte.
Só que, o filme dirigido por Frack Khalfoun é mais um daqueles filmes que tem um trailler empolgante, que faz você ir até o cinema para prestigiar a película, mas que seu produto final deixa um pouco a desejar.
A história gira em torno de Angela Bridges (Rachel Nichols), uma executiva ávida por promoção que resolve ficar até mais tarde trabalhando na véspera do natal. Como em todo filme de terror, algo dá muito errado para a personagem não conseguir voltar para casa. É ai que entra Thomas (Wes Bentley - Beleza Americana), segurança do estacionamento do prédio onde Angela trabalha. Como tudo dá sempre errado com a mocinha, ela se direciona à seu carro para voltar para casa, e para a surpresa (Ou não) de todos, seu carro decide não pegar no tranco. Thomas oferece ajuda e simpaticamente até convida a moça a passar a véspera de natal em sua humilde residência, que é no próprio estacionamento. A partir daí começa uma verdadeira caça pelo estacionamento no melhor estilo Tom & Jerry.
P2 não chega a ser um grande filme. Segue os moldes da maioria das películas de terror/suspense; aquela fórmula na qual o protagonista passa por poucas e boas durante quase toda a história e no final acaba se dando bem. É daqueles que acaba passando batido pela memória por não ser marcante em nenhum sentido. Não é digno de se lembrar por ser um péssimo filme, mas, também está a anos luz de ser algo bom.
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Minha Nota: 6.0

Sweeney Todd (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, 2007)

Por Bruno Pongas
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Bom, na minha estréia aqui no blog, vou falar desse filme que já assisti faz algum tempo, mas por indisponibilidade de tempo só estou postando agora sobre ele. Vale lembrar que não entendo nada de filmes técnicamente falando, nesse ponto sou leigo no assunto, mas, como amante do cinema também gosto de dar meus pitacos a respeito dos filmes.
Muita gente pode virar a cara ao saber que o filme é baseado em um musical (De Stephen Sondhein e Hugh Wheeler), eu mesmo pensei duas vezes antes de comprar meu ingresso, já que não saberia o que estava por vir. Tenho que admitir que me surpreendi muito com o filme e que ele é bem melhor do que eu esperava, também, dirigido por Tim Burton, coisa ruim não poderia ser.
Benjamin Barker (Johnny Depp) é um cidadão pacato, que leva uma vida comum e feliz ao lado de sua esposa, Lucy (Laura Michelle Kelly) e sua filha Johanna (Jayne Wisener). Entretanto, o homem mais poderoso da cidade, o juiz Turpin (Alan Rickman), se interessa pela esposa de Barker e manda prende-lo e exila-lo da cidade. Após 15 anos, Barker volta à Londres com uma nova identidade, agora na pele do malvado e rancoroso Sweeney Todd. Já em Londres, ele descobre o terrível destino de sua esposa e de sua filha, e é ai que a trama toda se desenvolve. Todd volta a trabalhar como barbeiro na rua Fleet, na parte de cima da lojinha da Sra. Lovett (Helena Bonhan Carter), uma espécie de cozinheira que fazia as piores tortas da cidade. Enquanto Todd aguarda ansiosamente e com sede de vingança a ida de Turpin à sua barbearia, ele vai matando um a um seus clientes em um festival de sangue para todos os lados. Misteriosamente, a loja da Sra Lovett, que vendia tortas horríveis e nada saborosas, se torna um sucesso e toda a cidade passa a frequenta-la.
É um filme que mescla terror com algumas partes bastante engraçadas, recomendo para qualquer um, independente de gostos ou preconceitos contra musicais. Sweeney Todd concorreu a dois Oscars - Direção de arte, melhor ator e melhor figurino - venceu o de melhor direção de arte.
Curiosidade: A atriz Helena Bonhan Carter é noiva do diretor Tim Burton, e um dos filhos do casal (Billy), aparece em uma das cenas do filme.
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Minha Nota: 9.0

1408 (1408, 2007)

Por Roberto Camargo
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O conceito para filmes de terror se perdeu em algum lugar do tempo entre Drácula e um dos milhares de garotos que já reencarnaram o coisa ruim. O espectador que é fã desse gênero conta com poucas opções para apreciar um bom filme, ou tomar um grande susto. De um lado da balança temos ótimas películas, como O Exorcismo de Emily Rose e Sweeney Tood. Do outro, refilmagens saturadas de antigos longas ou de clássicos nipônicos.
1408 não me pareceu candidato a entrar na seleta lista dos melhores terrores do ano. O que me incentivou a assisti-lo foi um único nome: John Cusack. O ator consagrado é sinônimo de boas atuações e garante sempre um bom entretenimento. Além disso, o elenco conta com a presença de outro medalhão de Hollywood, Samuel L. Jackson, que participa num papel secundário.
O roteiro, em linhas gerais, mostra o trabalho do autor de livros sobrenaturais Mike Enslin (Cusack). Seus livros desmistificam lugares que são tidos como assombrados. Em uma de suas investidas rumo ao desconhecido, acaba recebendo um bilhete que dizia para não entrar no quarto 1408 do Dolphin Hotel, em Nova York. Ou seja, um convite tentador para visitar a terra do Central Park, do antigo World Trade Center e dos “Friends”.
Quando chegou ao hotel, foi levado ao gerente (Jackson) que tenta convencê-lo de todas as maneiras que não é uma boa idéia pernoitar naquele quarto. De nada adiantou a insistência, uma vez que o destemido escritor não mudaria de opinião, não perderia sua história.
A partir daí, o filme se passa inteiro dentro do quarto. Dentro da proposta que o diretor Mikael Hafström abraçou, o filme pode ganhar uma crítica positiva. Câmeras fechadas tornam a perspectiva claustrofóbica, o som da respiração do protagonista causa sensação de sufoco. Mas o produto como um todo não funciona. Segundo uma amiga minha, “1408 é um filme feito com o único intuito de nos assustar”.
Sem dúvida o é. Mas nem a mesmo a proposta de nos assustar funciona tão bem. A adaptação do romance do mestre do terror Stephen King não rende uma boa película. Assista se quiser um terror mais psicológico. Ou se já estiver cansado de torturas em quartos escuros e ligações que te matam em uma semana.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O Gangstêr (American Gangster, 2007)

Por Guillermo Lagreca
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Caro Leitor.

Vou escrever no formato “carta”, pois eram assim que as boas notícias chegavam antigamente. E esta é uma ótima noticia que também trata de antigamente. Que filme! Comecemos pelos atores principais: Denzel Washington (Oscar por Dia de Treinamento) e Russel Crowe (Oscar por Gladiador). Não precisa mais nada, né? Só que ainda temos o grande Ridley Scott na direção. Agora dá uma olhada na história do filme.
Frank Lucas (Denzel) é o motorista do maior chefe do crime organizado da Nova York dos anos 70 que assume o controle depois que o patrão morre. Só que, ele é um visionário sanguinário que rapidamente domina todo o tráfico de drogas da região com ações dignas de um grande empresário/matador de aluguel.
Richie Roberts (Crowe) é um policial honesto até demais e estudante de direito “meia boca” que está disposto a descobrir todos os envolvidos no tráfico de drogas da cidade. Não preciso dizer que a história dos dois vai cruzar-se em algum momento, mas a forma como isso acontece é primorosa.
Repleto de ação e com uma trama espetacular, este filme faz cair o queixo. Há muito não saia algo tão bom assim. Pronto, não conto mais nada.
Vale lembrar que o DVD tem a opção de assistir a versão do cinema ou a uma versão estendida com mais 18 minutos de material e um final alternativo. Eu assisti as duas. E assistiria de novo!
Acho que vou ficando por aqui.

Um abraço, divirta-se!

P.S. Eu te amo (P.S. I Love You, 2007)

Por Alessandra Marcondes
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Se observado como comédia romântica, se destaca por fazer chorar... Já se for incluído na categoria 'drama', é diferente por fazer sorrir... "P.S. Eu te amo" mistura esses dois gêneros usando uma fórmula saudável que rende as mais diferentes sensações durante o filme. A parte triste é garantida pela história em si: uma doença coloca o ponto final na vida de um casal apaixonado antes do que se espera. Enquanto isso, a diversão fica por conta da personalidade única de Gerry (Gerard Butler) - que prepara uma urna para colocar suas cinzas recheada de doses de bebida para seus amigos -, e pela ironia de Denise (Lisa Kudrow) - nota: a atriz repete no filme trejeitos já bem conhecidos entre o público por sua atuação na série "Friends", interpretando Phoebe.
Quanto à Hilary Swank, cuja personagem, Holly, é a grande sofredora pela perda do marido, sou suspeita pra falar, pois sou sua fã de carteirinha. Mas é impossível não notar uma diferença gritante entre suas atuações em tramas fortes como "Meninos não choram", que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, e o papel desempenhado em "P.S.", pois este último não explorou tudo o que ela tinha a oferecer.
O longa incomoda um pouco porque se dedica demais a passar a lição de 'aproveite a vida enquanto há tempo', já batida por tantos, mas tantos outros, que nem vale a pena citar exemplos. Porém, observando de forma um pouquinho mais atenta, dá pra perceber que a questão da morte no filme vai além da pura exploração sentimental, para entrar na análise do porquê é tão difícil se desfazer de coisas que remetem à pessoa falecida. Assim, ao invés do diretor Richard LaGravanese tentar a qualquer custo arrancar lágrimas das menininhas - não que isso não acabe acontecendo, que fique claro -, ele pretende mostrar ao espectador personagens secundários tão trabalhados psicologicamente quanto os principais.
Eu indicaria "P.S. Eu te amo" principalmente para os casais apaixonados... mas também é um bom programa para pessoas que pretendem ver um filme água-com-açúcar e se identificar com o cara divertido da turma que vive cantando por aí, a mulher neurótica que não sabe direito o que quer da vida, a mãe carrancuda que não gosta do genro, o barman que não faz idéia de como conquistar mulheres... e por aí vai.
Resumo da ópera: o problema de um filme que mistura drama com comédia é que ele acaba sendo nem um, nem outro. Pelo menos a fotografia e a trilha sonora são bárbaras.
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Nothing else to tell you, dear,
Except, each day feels like a year.
Every night I'm dreamin' of you.
P.S. I love you...

domingo, 1 de junho de 2008

Longe Dela (Away From Her, 2006)

Por Alessandra Marcondes
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Fazendo jus ao papel de participante feminina do blog, escrevo hoje sobre esse romance belíssimo de estréia de Sarah Polley ("Minha vida sem mim") na direção. Fiona (Julie Christie) e Grant (Gordon Pinsent) formam um casal maduro, que já passou por altos e baixos ao longo de vários anos, mas ainda é apaixonado. Assim, por cima, é só mais uma história de amor que resiste aos obstáculos da vida, satisfazendo o espírito de todos os espectadores que buscam finais felizes para seus próprios romances. Mas e se a pessoa amada é vítima de um mal como o Alzheimer, que não tira a vida, mas acaba com importantes lembranças referentes a ela?
O modo como essa doença pode afetar uma família inteira não está claro na mente de quem nunca a conheceu de perto. Porém, o filme dá uma noção desesperadora do que significa simplesmente esquecer em que gaveta ficam os talheres, qual suéter é o seu, ou qual foi a pessoa que presenciou seus momentos mais importantes nos últimos 40 anos.
Na trama, é justo Fiona que adoece. A mulher forte e decidida, que faz questão de se internar em uma clínica para não atrapalhar a vida de seu marido, enquanto ele pede que ela não vá - inverte-se o lugar comum em que o abandonado sempre é o doente. Grant, por sua vez, se mostra um homem mais interessante do que se imaginava: se contenta com o papel de amigo da esposa pelo fato de ela ter se esquecido quem ele é, e ainda observa respeitosamente o romance que ela passa a ter com um amigo de dentro da clínica.
Além da fotografia marcada por planos amplos e distantes que retratam a solidão das personagens, a trilha sonora delicada embala um filme que pode ser deseperadoramente triste sem perder a beleza que há em enxergar sempre o lado positivo da vida. A combinação do cenário gelado com a quantidade de luz que invade os corredores da clínica (quem assistiu, entenderá) combina com a personalidade de Fiona, que emana luz mesmo no meio da mais dolorosa situação. E Julie Christie, que foi muito bem escolhida para o papel (Sarah já havia trabalhado com ela antes, atuando em "A vida secreta das palavras") transmite toda essa mistura de sentimentos sem precisar pronunciar uma única palavra.
O filme é brilhante, e provoca uma melancolia boa depois que sobem os créditos. Para os menos sensíveis, vale a pena porque se destaca entre a multidão de romancezinhos feitos em cima de uma fórmula óbvia, existente no cenário atual. Já para aqueles que adoooram um dramalhão, confesso: chorei do começo ao fim.
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"Não seria legal se a gente casasse"?
- e o que você disse? -
"Eu aceitei. Nunca quis ficar longe dela."