quinta-feira, 24 de julho de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas (Dark Knight, The, 2008)

Por Roberto Camargo
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Quem teve a ousadia de me procurar no dia 18 de julho de 2008 não me encontrou. Para qualquer pessoa que aprecia um bom filme, esse dia havia se tornado feriado desde que foi anunciado como a estréia da continuação do renovado guardião de Gotham. Eu estava debaixo de uma máscara de morcego e envolto por uma capa preta. Mentira. Mas não nego que essa idéia chegou a passar pela minha cabeça.
Muita expectativa foi gerada ao redor de Batman – O Cavaleiro das Trevas. Li inúmeras críticas relacionadas à película, a maioria positiva e uma ou duas que falavam alguma coisa de ruim. Sentei-me na sala de cinema pronto para ver uma atuação de Heath Ledger digna do Oscar. Esperava, novamente, por um show de ironia por parte do Alfred de Michael Caine. Rezava por uma Rachel Dawes mais convincente na pele de Maggie Gyllenhaal. Ansiava por Christian Bale e sua reinvenção do melhor herói dos quadrinhos.
Vi exatamente o que esperava. E mais! Um Aaron Eckhart dando verossimilhança para seu Harvey Dent. E os também notáveis Lucius Fox de Morgan Freeman e comissário Gordon de Gary Oldman. Mas mais do que tudo, o que mais me entreteve foi o roteiro bem amarrado, um tabuleiro de xadrez no qual o movimento de uma única peça define o rumo de todo o jogo. Créditos para Christopher Nolan que nos brindou com uma narrativa densa, atuações brilhantes e uma aula de ação com elementos de drama e comédia.
A primeira cena do filme nos dá um gostinho de toda a insanidade que vem pela frente. Um assalto a banco feito por ladrões vestindo máscaras de palhaço. Um palhaço matando o outro, por ordens do chefe, para que a quantia roubada fosse dividida entre menos pessoas. O chefe é o Coringa. A segunda cena mostra uma transação entre os membros da Máfia e o vilão do primeiro filme, o Espantalho. A ação é interrompida por um grupo de Batmans armados. Após uns instantes de tiroteio, eis que surge o original.
Nota para a visão colocada pelo diretor. Uma vez que uma pessoa normal coloca uma fantasia e resolve virar o herói da cidade, ele será seguido por outras pessoas que também acreditam poder carregar esse fardo. A realidade está bastante presente no longa. Dessa vez, o cavaleiro negro sai ferido. Bem ferido.
Não posso contar mais nada. Bem que queria. Recomendo. Assistirei novamente sem dúvida. É um filme com cenas de ação que não deixarão com que pisquem. Um filme com um herói mais humano, mais fraco, mais covarde, mas mesmo assim, mais Batman do que nunca. Um filme que mostra a queda de um homem e o nascimento de um vilão. Um filme sobre esperança, sobre loucura, sobre coragem e sobre sacrifício. Um filme fúnebre, como a morte de seu mais talentoso filho. Um filme dark, como Batman mostrou que deve ser.
Entrei no cinema com a esperança de ver o melhor filme da temporada. Saí com a certeza. E não pensem que se esquecerão com facilidade da risada de Heath Ledger, para sempre Coringa. Descanse em paz.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Batman: O Cavaleiro das Trevas (Dark Knight, The, 2008)

Por Guillermo Lagreca
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Este com certeza foi o filme mais esperado para o ano de 2008. Muita expectativa em torno do último filme terminado por Heath Ledger, além de contar a parte da história do Batman que mais agrada aos fãs do mascarado. E deixou a desejar, e muito. O diretor Christopher Nolan parece perdido. Tornou o filme tão longo que a principal sensação que tive foi a de que o filme poderia começar na metade e não mudaria em nada a evolução da trama. Tive a companhia de minha amiga Fernanda durante a epopéia e esta desferiu um comentário extremamente perspicaz: “Já não lembrava do começo do filme quando estava perto do fim”.
Bom, vamos tentar encontrar os pontos positivos do filme. O elenco está recheado de atores brilhantes. Christian Bale como Batman, Heath Ledger como Coringa, Michael Cane como Alfred, Aaron Eckhart como Harvey Dent, Maggie Gyllenhaal substituindo para melhor o papel de Rachel Dawes da fraca Katie Holmes, Gary Oldman como Jim Gordon e Morgan Freeman como Lucius Fox. E estes não fazem feio mas, tirando o papel do falecido Heath Ledger, não há espaço para brilhantismo na história das personagens.
A história concentra-se na disputa interminável de Batman com seu principal inimigo, o Coringa. É uma história já muito conhecida pelos fãs e acredito que o diretor poderia ter dado outro enfoque. Quem gosta de Batman já conhece o final da história e esperar 3 horas para ver isso acontecer é, no mínimo, maçante. Pelo menos, depois da primeira hora de filme, é ação atrás de ação. Para aquele que não liga muito para as entrelinhas da película isso pode ser um atrativo.
Agora sim falo do chamariz deste filme e da grande atração de Batman: O Cavaleiro das Trevas. Trata-se de Heath Ledger. O falecido ator realmente incorpora a personagem e nos brinda com um Coringa macabro, sarcástico e até certo ponto, profundo. Fica muito mais fácil entender o que se passa na mente do palhaço psicopata, mesmo que seja algo doentio. Sua atuação é digna de todos os prêmios possíveis. O Jack Nicholson que me desculpe, mas agora sim temos um Coringa digno de ser o arquiinimigo do morcegão.
Para finalizar, quero deixar registrada minha insatisfação com o Batman deste filme. No primeiro filme do mesmo diretor, o que mais agradou aos fãs era o Batman impiedoso apresentado, um Batman “do mal”, mil vezes melhor que os outros já encenados. Neste filme ele volta a amolecer. Nem quando cutucam sua ferida ele se parece com o Batman de Batman Begins. Foi triste, muito triste.
Sempre acompanhei a história do morcego paladino da justiça e também aguardava ansiosamente a estréia deste filme. Desapontamento é a melhor palavra.
Usando o modelo do nosso ávido colaborador Bruno Pongas, vou dar minha nota. 3,5.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Leões e Cordeiros (Lions for Lambs, 2007)

Por Bruno Pongas
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Um filme que trata sobre a guerra, mas que foge um pouco do usual. Essa seria uma boa definição para o que será visto em Leões e Cordeiros (Lions for Lambs). O filme, dirigido pelo também ator Robert Redford, tem seu enfoque na guerra americana contra o terror. É aí que começam as diferenças dele para os outros filmes que abordam o mesmo assunto.
Redford fala da guerra sob três pontos de vista: o do senador americano Jesper Irving (Tom Cruise), líder carismático e influente. Da jornalista anti-guerra Janine Roth (Meryl Streep) e do renomado professor universitário Stephen Malley (Robert Redford).
Além de não ser daquele tipo de filme que mostra a guerra apenas sob a ótica americana, na qual eles são sempre bonzinhos e estão sempre com a razão, a trama se diferencia no seu formato, pois ao invés de contar com tiros pra todos os lados, muitas mortes, e sangue pra lá e pra cá, Redford preferiu concentrar tudo em pequenas histórias: um bate-papo descontraído e animado entre o senador Irving e a jornalista Janine, na qual o personagem de Cruise tenta convencer a moça de que seu novo plano anti-terror é eficaz. Uma conversa entre o professor Malley e um de seus alunos 'prodígio'. E a última história composta por dois ex-alunos de Malley que, voluntariamente, decidem se alistar na guerra e passam a fazer parte do plano ofensivo imposto por Irving. É aí que as histórias se ligam em um filme que fica marcado principalmente pelas ótimas atuações do trio principal, levando a trama com muita tranquilidade. E o mais importante: não deixam um filme praticamente baseado nos diálogos ficar chato e sonolento.
É claro que, em meio a opiniões diversas dos personagens, o filme não é totalmente imparcial. O que é sem dúvidas uma qualidade perto do que vemos em Hollywood a respeito das relações norte-americanas com quem quer que seja. É interessante também pois deixa evidente a manipulação que ocorre nos bastidores do jornalismo.
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Minha Nota: 7.9

terça-feira, 8 de julho de 2008

Mediterrâneo (Mediterraneo, 1991)

Por Bruno Pongas
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Mediterrâneo é um filme pouco conhecido. Mesmo sem muito estardalhaço, a trama dirigida por Gabrielle Salvatore foi vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1991. Confesso que não tive oportunidade de assistir seus concorrentes, mas julgando pelo que vi em Mediterrâneo, se comparado a alguns dos vencedores do prêmio, o filme não fica devendo muita coisa.
É uma comédia/drama bastante inteligente; a história se passa durante a Segunda Guerra Mundial e gira em torno de um grupo de soldados italianos que é deixado em uma pequena ilha grega com a missão de defendê-la de possíveis ataques do inimigo. Ao desembarcar na ilha, os soldados não avistam ninguém; aparentemente, a população havia sido dizimada. Com o belo local desabitado, os rapazes aproveitam para descansar por alguns dias. Ao perceber que os soldados italianos não oferecem grande perigo, os moradores da ilha começam a surgir. Seus únicos habitantes são crianças e mulheres; os homens foram deportados devido à ocupação alemã. Em meio a tudo isso, surge um grande problema: o barco que trouxe os italianos a tal lugar foi afundado, e o rádio que serviria como meio de comunicação foi destruído. Sem possibilidade de ir embora, eles decidem ficar no local, esquecidos pelos compatriotas e sem nenhuma informação sobre o que acontece pelo mundo (inclusive na guerra).
Após três anos, que passam desapercebidos pelos soldados, um piloto italiano se vê obrigado a fazer um pouso forçado na ilha. Surpreso com a quantidade de tempo que o grupo havia passado lá, ele traz novidades e anuncia o fim da guerra. Tentados por uma vida promissora na Itália (que estava sendo reconstruída por ingleses e americanos), alguns dos soldados decidem voltar ao seu país após o término do regime facista.
Contei bastante sobre o filme, mas ainda tem muita coisa interessante que preferi deixar de lado para não tirar a vontade de quem, porventura, desejar assistir à trama. Mediterrâneo não é um filme brilhante, mas é um produto inteligente e interessante. Fica marcado pelo enredo político, pelas belíssimas paisagens e por boas atuações, principalmente do sargento Nicola Lorusso (Diego Abatantuono) e do tenente Rafaelle Montini (Claudio Bigagli)
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Minha Nota: 7.5

Duro de Matar 4.0 (Live Free or Die Hard, 2007)

Por Bruno Pongas
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John McClane está de volta! Ele retorna às telonas após 12 anos com mais um ótimo filme de ação. A história se passa na Nova York dos dias de hoje. McClane (Bruce Willis), recebe uma ordem para escoltar um hacker suspeito de invadir sistemas até o escritório do FBI. Quando chega ao local, percebe que o garoto estava envolvido com gente perigosa. É ai que um grande jogo começa; ao mesmo tempo que os terroristas vão atrás do garoto, que agora está sob os cuidados de McClane, eles invadem os sistemas de todo o país causando um caos sem tamanho. O objetivo, claro, é roubar dinheiro.
Duro de Matar chega ao quarto e provavelmente capítulo final da série. Os efeitos especiais estão mais vivos do que nunca e há muitas cenas pra lá de forçadas, que com toda a certeza poderiam ser melhor construídas para dar um pouco mais de realidade ao filme. Se bem que preocupação com realidade nunca foi algo muito relevante ao longo da série.
Confesso que tive minhas restrições quando fui assistir à trama. Afinal, além de sequências serem difíceis de agradar, quando um astro como Willis volta a atuar nesse tipo de filme, é porque, geralmente, está faltando dinheiro na conta bancária ou simplesmente se está deslocado do mercado. Felizmente, Duro de Matar 4.0 foge a essa regra. Bruce Willis está melhor do que nunca na pele do sarcástico detetive John McClane (como ele se sai bem nesse papel!), os diálogos são inteligentemente bem feitos, passam longe de ser fúteis e sem conteúdo. O filme é de qualidade e mantêm o nível da série. Pra mim, o segundo melhor entre eles.
Além de tudo, o diretor Len Wiseman não perde oportunidades para distribuir alfinetadas no governo americano, é uma atrás da outra. Um prato cheio para os anti-americanos.
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Minha Nota: 7.8

O Ultimato Bourne (Bourne Ultimatum, The, 2007)

Por Bruno Pongas
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A trilogia Bourne se encerra (?) em grande estilo. Com três Oscars na bagagem (Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Edição de Som) e com mais uma excelente atuação de Matt Damon (Os Infiltrados), O Ultimato Bourne foge do esteriótipo das sequências que, na maioria das vezes, são feitas apenas para ganhar dinheiro, mas carecem de qualidade. A nova trama vivida por Jason Bourne (Matt Damon) não pára um minuto sequer, é ação do começo ao fim.
Para quem não viu os outros dois filmes da trilogia, faço uma pequena introdução ao leitor: Bourne foi encontrado por pescadores franceses, completamente debilitado e sem memória. Sem descanso, ele viaja de país em país na tentativa de descobrir sua real identidade. Entretanto, nessa busca incessante, ele é perseguido por agentes especiais altamente treinados já que a descoberta de quem realmente é Jason Bourne prejudicaria muita gente.
Nessas idas e vindas, o personagem principal passa por muitas adversidades; inclusive chega perto da morte em vários momentos. Isso faz de Bourne uma espécie de super-herói humanizado, pois ele também se machuca, sofre, sangra (e não é pouco) e tem suas crises existenciais, ou seja, é um personagem completamente humano. O que o diferencia das outras pessoas é que ele foi alvo de um programa que transformava seres humanos normais em 'máquinas'. Desta maneira, suas habilidades com lutas e armas são bastante aguçadas, além de possuir uma inteligência fora do comum, o que sem dúvida é essêncial para mantê-lo vivo.
No capítulo final da trilogia, Bourne está mais uma vez atrás de pistas que revelam quem ele é. A história começa com um jornalista britânico, que publica uma reportagem no jornal apresentando alguns detalhes de uma operação chamada de 'Blackbiar'. A publicação no periódico chama a atenção dos agentes da inteligência norte-americana, que vêem o jornalista como uma ameaça, e também de Jason Bourne, que vê no rapaz uma maneira de descobrir novas informações referentes ao seu passado.
Diferentemente dos outros dois capítulos, desta vez, parece que o personagem sofre menos do que antes. Os conflitos consigo continuam mais vivos do que nunca, só que quando o assunto é ação, ele passa pelas mesmas situações de risco (até piores), e sai apenas com algumas escoriações, coisa que não ocorria antes; ele se arrebentava inteiro. É claro que isso não tira a realidade do filme, muito pelo contrário, Damon consegue fazer de Jason Bourne um personagem altamente real e carismático. Sem dúvida há algumas cenas forçadas, algo que parece inevitável no cinema Hollywoodiano, todavia, O Ultimato Bourne se sai melhor que os outros nesse quesito.
É um ótimo filme, tão bom ou melhor que os anteriores. A atuação de Matt Damon continua brilhante, o que prova que ele é um dos melhores atores da nova geração de Hollywood. Trocado em miúdos, a trilogia Bourne aparentemente se encerra com chave de ouro. Ponto para Paul Greengrass, diretor do filme.
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Minha Nota: 8.0

domingo, 6 de julho de 2008

Estômago (Estômago, 2007)

Por Alessandra Marcondes
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Quando falamos de filme nacional, o que vem primeiro à sua cabeça? Tramas violentas demais vendo um só lado da história, como os opostos "Tropa de Elite" e "Carandiru", ou personagens marcadas pela pobreza vistas em "Central do Brasil" e "Auto da Compadecida"? Pois bem, abandone seus preconceitos e vá ver "Estômago". O primeiro longa de Marcos Jorge é comédia e drama ao mesmo tempo; inteligente, mas escrachado, faz pensar em questões importantes da natureza humana sem se preocupar em vender a imagem de cult.
Raimundo Nonato (João Miguel) vem do nordeste tentar a vida na cidade grande e assume o papel de anti-herói rapidinho, quando o espectador se vê torcendo pela sucesso da figura feia e atrapalhada na telona. Para a surpresa geral, ainda no início do filme, sabe-se que o bicho grilo foi parar na prisão, e ambas as fases da personagem vão se desenvolvendo paralelamente, método que instiga a curiosidade de quem assiste: qual crime Nonato teria (ou não) cometido?
A obra se destaca pelo seu conjunto de detalhes. Como Nonato segue a carreira de cozinheiro, dicas curiosas de cozinha são salpicadas feito tempero na história, interessando leigos e donas de casa. Sacadas do diretor, que vão muito além dos diálogos engraçadíssimos na expressão de João Miguel, permitem ao espectador mais atento uma comparação do processo digestivo corporal com as relações de poder entre os homens (reparem bem na diferença entre a primeira cena e a última do filme).
O abismo cultural que nos diferencia coloca Nonato em vários apuros, e me pus a questionar meus próprios hábitos quando vi que, em um banquete de cadeia, cachaça é melhor do que vinho, pois este tem cheiro de cachorro molhado, e carne crua chamada 'carrapato' (Carpaccio) com certeza dá doença. Cenas grotescas mexem com o estômago de quem não está acostumado a comer arroz cheio de larvas, mas a história de amor entre Nonato e a prostituta Íria (Fabíola Nascimento), junto com a música delicada que embala as cenas de refeições, dá suavidade a um filme forte e carnal.
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Tem gente que diz que faz mal porque é fritura, né...
Os médico diz que entope as veia...
Mas esses médico são encanador, agora?

terça-feira, 1 de julho de 2008

O Sonho de Cassandra (Cassandra's Dream, 2007)

Por Bruno Pongas
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Para quem apenas ouviu falar, o nome pode não parecer lá dos mais sugestivos. Entretanto, ao ler a sinopse ou dar uma pequena olhada nos atores e no diretor do filme, a história muda bastante. Dirigido pelo competente Woody Allen (Match Point) e estrelado pela dupla Ewan McGregor (A Ilha) e Colin Farrel (Miami Vice), 'O Sonho de Cassandra' é mais um dos bons filmes da filmografia de Allen.
Feito em uma moldura bastante parecida com a do aclamado Match Point, a trama aborda alguns temas bastante peculiares do ser humano: ganância e vaidade.
Mesmo vivendo com problemas financeiros constantes, a dupla de irmãos (Ewan e Farrel) decide realizar um grande sonho: comprar um pequeno barco. O nome do embarcação não poderia ser outra se não 'O Sonho de Cassandra'.
A idéia de comprar algo mesmo sem ter plenas condições se torna em partes a tônica do filme, já que os rapazes davam sempre o passo maior do que a perna.
Terry (Farrel) trabalha em uma oficina, é viciado em jogo e tem o sonho de ter sua própria loja de esportes. Já Ian, tido como uma eterna promessa da família, trabalha junto com o pai (John Benfield) em um restaurante.
Ambos são bastante ambiciosos; Terry aposta seu limite em corridas de cavalos e na loteria. Sua ruína começa a partir do momento que ele se envolve com apostas em jogos de pôquer, que requerem muito mais dinheiro. Em uma jogada de muito azar, o garoto perde uma aposta alta e se atola em dívidas com agiotas. Ao mesmo tempo, Ian é um rapaz sonhador que gostaria de viver como o seu Tio Howard (Tom Wilkinson), tido como um grande ícone da família: empresário famoso e bem sucedido. Sua ruína começa ao conhecer a bela Angela (Hayley Atwell). Para impressioná-la, Ian precisa de dinheiro, só que como não tem, é necessário recorrer a alguns empréstimos.
A trama pega fogo quando o Tio Howard (tão citado por todo o filme como um exemplo de homem) aparece na história. De imediato, a dupla vai conversar com o Tio. Terry pede dinheiro para sanar suas dívidas e Ian para continuar bancando sua amada. Só que a grande surpresa começa ao se notar que as coisas também não andam nada bem para os lados de Howard. O Tio rico e caridoso sempre ajudou a família em todos os sentidos, sempre deu tudo que os irmãos precisavam. Só que desta vez, ele até poderia ajudar, mas também precisaria de ajuda.
Surge então uma grande rede de intrigas que leva a trama à um final surpreendente, assim como o que acontece em Match Point. 'O Sonho de Cassandra' é mais um bom filme de Woody Allen. Com toda a certeza, vale a pena assistir.
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Minha Nota: 8.0

"Família é família
Sangue é sangue"