sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

12 Homens e Uma Sentença (12 Angry Men, 1957)

Por Bruno Pongas

"12 Homens e Uma Sentença" é uma das grandes obras-primas da história do cinema. No ano em que foi lançado, 1957, o filme não fez tanto sucesso como esperado; o reconhecimeno à grande obra de Sidney Lumet veio apenas alguns anos mais tarde. Mesmo sendo um filme pouco visto - se comparado aos outros sucessos de bilheteria da época - a obra seria indicada a três Oscars: Melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado. Infelizmente a derrota veio nas três categorias; em todas para o também clássico "A Ponte do Rio Kwai".
Sidney Lumet construíu uma carreira brilhante dentro do cinema; "12 Homens e Uma Sentença" foi seu primeiro filme - Lumet estreava na academia com o pé direito. Ao longo da vida ele bateu na trave por mais três vezes; seus filmes indicados nessas oportunidades foram: "Um Dia de Cão" (1975), "Rede de Intrigas" (1976) e "O Veredito" (1982). Recentemente, o cineasta dirigiu mais duas tramas; "Sob Suspeita" (2006) e "Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto" (2007). Aos 84 anos, Lumet mostra que ainda é capaz de dirigir com a mesma competência do início de carreira - sorte dos cinéfilos de plantão.
O roteiro de "12 Homens e Uma Sentença" também foi escrito por um novato em Hollywood. Foi o primeiro e único filme que o roteirista Reginald Rose executou. E com brilhantismo, diga-se de passagem. O argumento é simples, muito simples; a trama se passa em uma sala durante todo o tempo, o que pode parecer chato e entediante - e o que poderia ser um problema para o roteiro de Rose.
Contudo, o que vemos é completamente diferente; a história, por mais simples que seja - um homem é acusado de matar o pai e o júri tem que decidir se ele é culpado ou inocente -, é muito bem trabalhada. Há um show de argumentação, os diálogos são excelentes e o diretor consegue mantêr o espectador vidrado na trama o tempo todo. Uma hora ele nos convence que o réu é culpado, outra hora, no entanto, temos certeza que ele é inocente. Esse jogo de culpado ou inocente perdura por grande parte do filme, até que uma hora há o desfecho; tudo é feito de forma brilhante, tudo se encaixa perfeitamente e é impossível não tomar partido de um dos lados.
O elenco tem atuação magistral; todos fazem um trabalho altamente competente - a começar por Henry Fonda. Fonda é um dos grandes ícones de sua geração, contudo, seu desempenho em "12 Homens e Uma Sentença" passou batido nas premiações - uma pena. Outros grandes atores, como Martin Balsam, Lee J.Cobb e Jack Warden ainda fazem parte e ajudam a dar colorido ao espetáculo. Recentemente, o cultuado cineasta russo Nikita Mikhalkov adaptou o clássico na trama "12". O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado, mas acabou sendo derrotado. O fato curioso é que "12" é bem mais longo que a obra original - 153 minutos contra apenas 96.
"12 Homens e Uma sentença" é simplesmente brilhante, tudo é pensado com minúcia, desde os entraves da história até a música - que se encaixa perfeitamente nos momentos certos. Tudo isso o torna uma obra-prima da história do cinema. É triste que uma trama como essas tenha levado poucos prêmios para casa, mas fica o registro de um dos melhores filmes da história do cinema americano e um dos melhores que eu já vi na minha vida.
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Minha Nota: 10.0

2 comentários:

Anônimo disse...

Com certeza esse é um clássico, daqueles obrigatórios... Sempre que as pessoas comentam filmes clássicos me dá vontade de rever, rs... Acho que vou pegar, abraços...

PS: Descobri hoje o seu blog, depois entra no meu, rs...

Red Dust disse...

Um filme forte de tribunal. Um excelente trabalho dos actores, muito em especial o de Henry Fonda, mas não só...

9/10.